13/11/2009 - Juiz Sílvio Caldas lança livro de crônicas na ANL
“Escrever deixa a vida menos dura”. A frase não foi retirada de uma poesia, nem faz parte da construção da narrativa de um romance. É sim a frase do Juiz Sílvio Caldas, escritor nas horas vagas, amante da música e da literatura. O cotidiano para ele é interessante em seus vários aspectos. Desde a hora de observar os pequenos detalhes da vida, até prestar atenção peculiar às histórias ouvidas próximo ou longe do seu pé de ouvido. São esses detalhes realçados em forma de crônicas que Sílvio lança hoje, às 18h no seu livro “Rio Grande do Norte, eu, cidadão”, na Academia Norte Riograndense de Letras. O livro, dividido em quatro partes (In Memorian, Retalhos do Cotidiano, Do que eu gostei e Humor) traz cem crônicas escritas a partir de observações do cotidiano ou até mesmo de histórias contadas por pessoas próximas, como a do seu amigo Diógenes da Cunha Lima. Intitulada “Amor a Três”, a crônica traz a história do dia da viagem de lua-de-mel de Diógenes em Recife. “Quando ele casou ele era pobre nesse tempo, ele nem se lembra, e ele foi de lua-de-mel para Recife. Quando chegou em Goiana, primeira cidade quando chega próximo ao Recife, Moema, esposa dele disse que tinha que voltar porque havia esquecido o travesseiro. E ele percebeu que ela tava falando sério. Voltaram para pegar o travesseiro. Quando chegaram de volta em Recife, quase meia noite, e ele para se vingar dela deitou-se de costas na cama. E ela ficou na dela. Daqui a pouco ele começou a rir e era uma brincadeira. O resto não posso contar. Mas foi uma das histórias mais hilárias que ouvi e precisei reproduzir em crônica”, contou Sílvio se divertindo. Divertir-se e tornar a vida leve, como escrito no início da matéria é uma das funções da literatura na vida de Sílvio, por isso outra crônica que ele mais gosta do livro é a chamada “Dona Filomena”. “Não gosto de escrever pornografia nem nada que denigra a imagem das pessoas. Gosto do divertimento pela força de um sorriso no canto dos lábios”, disse. Dona Filomena é uma senhora lá de Caicó que trabalhava ajudando o marido na casa de farinha e lá para as tantas ela foi se baixar para pegar a mandioca e soltou ruído duvidoso e todo mundo que estava na farinhada ouviu. E ela ficou num constrangimento e começou a chorar de vergonha. Aí o marido, olhou e disse: doeu tanto assim?. “Ele acabou com dona Filomena. Essas são histórias divertidas que pegam a gente de jeito”, continuou. Segundo o Juiz, todas as crônicas selecionadas para o livro foram publicadas em jornais da cidade. “Gosto de escrever de tudo, poesias e contos, mas minha paixão mesmo são as crônicas”, afirma. Ele lembra que além das crônicas divertidas existem as sátiras e as críticas como a intitulada “O Largo Estreito”. “Essa eu fiz em forma de crítica à mudança do nome da Praça Augusto Severo na Ribeira. A literatura é fundamental para esse tipo de alfinetada, por ser livre o nosso olhar é exposto de uma maneira lírica, mas que chega”. Além das citadas na matéria, Sílvio escreve sobre diferentes temas, política, lembranças, cidades e sonhos são seus temas preferidos. “Escrevo textos nacionais também, mas neste livro só escolhi crônicas relacionadas ao Rio Grande do Norte. Recebi recentemente o título de Cidadão Norte rio grandense e estou muito feliz”, finalizou o Juiz que também toca piano e tem composições com o saudoso Tico da Costa, a quem a renda do livro será revertida a sua família. Serviço Lançamento: 18h, na ANL, do livro Rio Grande do Norte, eu, cidadão, de Joaquim Sílvio Caldas (Juiz do Trabalho).
Fonte: Tribuna do Norte
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