O objetivo do Programa, que acontece anualmente, é levar palestras aos professores com temas voltados à cidadania e fazendo deles, assim, multiplicadores de conhecimento aos alunos da rede estadual de ensino. Durante as palestras são entregues cartilhas e apostilas com vários temas. Ao final de cada curso, os professores levam o que aprenderam aos alunos das instituições da forma que mais se adéque ao perfil de cada grupo. A professora da Escola Estadual Padre Miguelinho, Dayse Kelly, foi além do planejado, e no seu segundo ano participando do projeto conta como, em 2011, levou os conhecimentos adquiridos para os alunos. “Esse é o segundo ano que participo e tive muitos resultados positivos após a capacitação. Com o aprendizado que recebi da Esmat, repassamos as informações para os alunos, que se interessaram acima do esperado. Fizemos uma aula de campo e fomos até o Tribunal de Justiça. Lá fizemos uma mesa redonda com juízes e vários temas foram debatidos. A cidadania, neste caso, foi aplicada, e como resultado tivemos alunos deste grupo aprovados no vestibular”, conta.
A capacitação do Programa aconteceu durante todo o dia na sede da Esmat, em Lagoa nova, e é uma iniciativa da AMATRA 21, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho e Secretaria Estadual de Educação do RN. Na ocasião, sete professores, assessores jurídicos, juízes, procuradores e desembargadores realizaram apresentações que chamaram muito a atenção dos representantes escolares, como por exemplo, a oficina de cálculos trabalhistas. “Aprendi como fazer um cálculo de rescisão trabalhista, uma experiência nova para mim”, comemora a professora da escola do Consórcio OAS, Flávia Jeane. A coordenadora do projeto, a juíza Simone Jalil, conta que com este tipo de ação a Associação pretende fazer com que as pessoas conheçam seus direitos. “Elas precisam saber que podem fazer diversas coisas e que estão previstas pela Lei. Os próprios sindicatos, muitas vezes, não sabem ajudar os trabalhadores. Por isso, realizamos essa capacitação. Queremos repassar os direitos das pessoas, responder perguntas, dar sugestões e levar para dentro das escolas o que é o direito e como ele pode ajudar cada uma delas”, explica.
“Na escola onde trabalho existem muitos jovens entrando no mercado de trabalho. Então tudo que aprendemos aqui repassados para eles e assim os mesmos conhecem com lutar pelos seus direitos no ambiente trabalho. Além disso, com os estudantes que repassamos as informações é notório a elevação dos comprometimento e profissionalismo”, relata a professora da Escola Estadual Winston Churchill, Guilhermina Bonfim. O próximo passo do Programa consiste na visita das coordenadoras do projeto a cada escola participante. Assim, a aplicação do projeto é avaliada em um evento final. Neste evento os alunos têm a chance de mostrar o que aprenderam. Há sorteio de brindes, e as melhores participações e redações ganham prêmios. “Os diretores agendam a visita e nós vamos às instituições. Muitas vezes os membros das escolas pedem que a gente trabalhe alguns temas específicos que tem relação com o perfil de cada grupo. Alguns exemplos que são sempre pedidos são a segurança no trabalho, a saúde do trabalho, trabalho doméstico, entre outros”, finaliza a coordenadora Simone Jalil.
As escolas participantes deste ano são Atheneu, José Fernandes Machado, Padre Miguelinho, Professor Anísio Teixeira, e Wiston Churchill. Além das seis escolas estaduais, professores de uma escola criada dentro do consócio OAS (empresa responsável pela construção do Arena das Dunas) também participaram da capacitação. Essa escola funciona dentro da Arena e leva conhecimentos do ensino médio e fundamental aos trabalhadores da obra.