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11 de setembro de 2017

Juíza do TRT-RN é selecionada pelo Governo Britânico para estudar Direitos Humanos

Juíza Aline Campos conseguiu uma bolsa de estudos para o mestrado em Direitos Humanos na Inglaterra entre mais de 60.000 candidatos.

Imagine participar de uma concorrência entre 60.000 pessoas e ganhar uma bolsa de estudos para fazer Mestrado de Direitos Humanos na Inglaterra junto a profissionais renomados e no mesmo programa em que participou Vinícius de Moraes, primeiro brasileiro a receber a bolsa, em 1938.

Isso está acontecendo com a juíza Aline Campos que partiu esta semana para a Inglaterra. No dia em que se comemorou a independência do Brasil a juíza deixou o país acompanhada do marido, Ranniere Souza, e das suas duas filhas, Ana Beatriz de 4 anos e Maria Helena de 1 ano, numa missão de amor pela pátria. Amor missionário que a magistrada tem na veia. Curitibana de nascimento, filha de advogado e socióloga, e conhecida por ser aprovada em todos os concursos que participa, Aline poderia ser hoje uma conceituada médica, até iniciou o curso, mas logo entendeu que, atuando no judiciário, ela conseguiria dar maior vazão às suas habilidades inatas. “Eu sempre acreditei no direito como um instrumento de transformação social. Vivemos um momento de indisfarçável retrocesso. A reforma trabalhista para mim é exemplo disso. É preciso refletir sobre esse ela de uma forma crítica. “ Enfatizou.

Alinhada com este pensamento, no início do ano, dia 28 de abril, quando o Brasil parou para protestar contra a reforma trabalhista a juíza resolveu fazer um protesto solidário, foi trabalhar na limpeza junto aos funcionários e pacientes internos do João Machado, maior hospital psiquiátrico do Rio Grande do Norte. Aline Campos é membro fundadora da Rede Eu Sou Do Amor, movimento social que tem como missão integrar, organizar e fortalecer pessoas empresas e instituições que trabalham por um mundo mais fraterno.  E, com essa espirito missionário, ela irá compartilhar seus ideais mundo afora com foco no direito trabalhista.

“No Brasil tendemos a estudar os fenômenos trabalhistas à luz apenas das normas internas (leis e Constituição). Mas se partirmos da premissa de que o direito ao trabalho decente é um direito humano, então ele é inalienável, indisponível, e tem lastro em convenções internacionais.  Por isso é que permitir que uma mulher grávida trabalhe em condições insalubres, por exemplo, para mim é inadmissível.  Viola o direito à saúde do bebê e esbarra em convenções internacionais de direitos humanos. Na universidade de York eu pretendo estudar esse e outros fenômenos, buscando fundamento para dar a máxima efetividade aos direitos humanos e à tutela do trabalho decente”.

As Bolsas Chevening são oferecidas pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido e organizações parceiras a estudantes e profissionais com potencial de liderança para um programa de mestrado de um ano em qualquer área e em qualquer uma das principais universidades do Reino Unido. O Chevening atua em 160 países (com exceção dos EUA e da União Europeia) e oferece oportunidades para líderes desenvolverem suas habilidades e criarem novas redes de relacionamento.

O período de inscrições para 2018 está aberto até Novembro de 2017 pelo site www.chevening.org/brazi
 
Fonte: Tribuna do Norte