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10 de outubro de 2019

Exibição do filme “A Juíza”, no TRF5, conta com a presença de diversas magistradas

Documentário narra a trajetória de vida da juíza da Suprema Corte norte-americana, Ruth Bader Ginsburg.

Magistradas, magistrados, servidoras, servidores e diversos outros operadores do Direito lotaram a Sala Capibaribe do Tribunal Regional Federal da 5ª Região - TRF5, nesta quarta (9), para assistir à exibição do documentário “A Juíza”, que narra a trajetória de vida da juíza da Suprema Corte norte-americana, Ruth Bader Ginsburg, desde o início da carreira, como estudante de Direito na Universidade de Harvard - na qual era uma das nove estudantes do sexo feminino, em meio a quase 550 homens -, até se tornar ícone pop da cultura americana, graças à sua marcante atuação na luta pelos direitos das mulheres e das minorias, tanto como advogada quanto como juíza. 
 
Independente do gênero e do cargo que ocupam, os presentes à sessão queriam conhecer um pouco mais da brilhante trajetória dessa juíza que mudou a posição legal das mulheres americanas, quiçá do mundo, por meio da sua atuação em casos emblemáticos, a partir dos anos de 1970. Não à toa, ela é reverenciada mundialmente como a “Notória RBG”, tendo se tornado personagem de filmes, livros, blogs, camisas, canecas e até de memes na internet.  Hoje com 86 anos, RBG segue na ativa.  
 
A exibição foi promovida pela Comissão Rejufe Mulheres, que vem atuando na promoção da equidade de gênero no Judiciário Federal -, em parceria com o TRF5 e a Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região (Amatra21). O evento foi aberto pela presidente da Rejufe, juiz federal Cláudio Kitner. “Na atual gestão, estamos defendendo o ideal de igualdade entre os gêneros nos espaços de trabalho”, assegurou, citando a Resolução TRF5 nº 3/2019, que garante às servidoras mães lactantes um regime especial de trabalho. 
 
Após a exibição da película, foi realizada uma roda de conversa, com a participação da juíza do trabalho do TRT21 (RN), Daniela Lustoza Marques de Souza Chaves, da corregedora-geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS/PE), Carla Patrícia Cintra Barros da Cunha, e da ex-secretária Especial da Mulher do Estado de Pernambuco, Cristina Buarque. Os debates foram mediados pela vice-coordenadora da Rejufe Mulheres, juíza federal Camila Monteiro Pullin Milan.
 
Durante o debate, Cristina Buarque, mestre em Ciências Políticas e doutora em Antropologia, comentou que o filme lhe fez acreditar na justiça e destacou o brilhantismo de RBG, que soube unir o amor à justiça, o humor e a arte, além de se alinhar a causas feministas. “É preciso ter uma causa para ser justa, não basta seguir somente a lei”, ressaltou. 
 
A postura feminista de RBG também foi lembrada pela delegada da Polícia Federal, Carla Patrícia: “feminismo prega igualdade de oportunidades. É importante destacar isso, porque se vê no discurso pregado por Ruth”. Carla Patrícia lamentou que, além do Judiciário, há poucas mulheres ocupando cargos estratégicos na polícia. “Na Polícia Civil, por exemplo, só tivemos uma mulher como chefe, a delegada Olga Câmara”, explicou.  
 
A juíza do Trabalho, Daniela Lustoza, observou que, no início de sua carreira, Ruth Bader tinha uma postura “mais conciliadora”, e que, com um tempo, passou a ser uma voz dissidente. Ela ressaltou a importância de as mulheres despertarem e agirem. “E o agir faz parte de uma posição política, que a personagem do filme precisou ter”, comentou Daniela.
 
Mobilização da ONU - O documentário, disponibilizado pela plataforma Videocamp, já foi exibido em alguns tribunais do país, entre eles o Supremo Tribunal Federal (STF), como uma estratégia de mobilização em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial o Objetivo 5, que trata sobre a equidade de gênero.
 

 

Autor: ASCOM TRF5