Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região (AMATRA21) promoveu um bate-papo com a advogada paulistana Juliana Hashimoto, na noite desta terça-feira (8).  A conversa foi conduzida pela juíza do Trabalho e diretora de Comunicação Social da AMATRA21, Lisandra Lopes. 

Hashimoto ficou conhecida como a ‘Advogada dos Invisíveis’ e na fase mais dura da pandemia da Covid-19 – em março de 2020, percebendo que seu trabalho ficaria suspenso enquanto os tribunais estivessem fechados, ficou à disposição da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, no bairro da Mooca. 

O objetivo era atender quem precisasse de ajuda no cadastro do auxílio emergencial. Enquanto os sem-teto apareciam para pegar o café da manhã distribuído na igreja do Padre Júlio Lancellotti, ela se colocava à disposição.

Uma ajuda que pode parecer simples, mas que foi a única saída em meio ao caos da interrupção ou diminuição de serviços essenciais como o das agências do INSS, do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e do Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua). Juliana foi – de fato –  uma salvadora.

Essa bela história foi o enredo da LIVE AMATRA21. A Doutora das Ruas, que contou como a pandemia potencializou todos os tipos de exclusão, o que a fez trabalhar de domingo a domingo, atendendo até 50 pessoas ao dia, fosse para cadastro do auxílio emergencial, fosse para a busca dos registros das pessoas sem documentos.

“Meu trabalho na paróquia começou ainda em 2017 para auxiliar com questões de imigrantes, seguida pela presença maciça dos moradores em situação de rua que precisavam ter acesso a seus direitos. Na pandemia, com meu trabalho suspenso, resolvi ajudar ao padre Júlio com o café da manhã e depois com a implementação do auxílio emergencial e – em meio aos cadastros –, buscar aqueles documentos de quem não lembrava ou mesmo de quem não os tinha”, contou, destacando que, pela ligação com o Padre, recebeu ajuda de pessoas, profissionais e entidades de dentro e de fora da área jurídica de todo Brasil, chegando a construir um relatório com dados de mais de mil pessoas (um verdadeiro raio-x dos principais problemas de acesso da população mais vulnerável ao auxílio emergencial).

Agradecendo pela disponibilidade e parabenizando pelo trabalho inspiradora da advogada Juliana, a juíza Lisandra Lopes citou a frase do Padre Júlio Lancellotti que diz ‘Não se humaniza a vida numa sociedade como a nossa sem conflito’, e completou: “óbvio que ele não está pregando a violência, ou luta armada. Acredito que seja um convite para que todos os nós passemos a essa arena, contra esse regime que mói, que esmaga as pessoas, para lutar por uma sociedade mais justa”, finalizou.

 

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Autor: Ascom AMATRA21